38th
Sou ritual. Uma imensidão deles que inventei a cada temporada. Um hábito necessário de prolongar o que sinto em cada pegada na areia, a cada quentura do asfalto, a cada tato que me pede calma de uma calma que não tenho. Hoje meu ritual é de busca. Do que eu vou ser quando crescer além do que é agora. Do que eu vou querer além dos quereres que se perdem de mim por descuido ou preguiça. Para o lugar que [me] é família como forma de continuar e ganhar, ainda que haja algum descuido, ainda que sofra de alguma preguiça. Talvez depois disso eu vá morar em algum lugar do velho mundo ou vire uma sulamericana de vivência e presença. Talvez eu case, tenha filhos, ou me aliste para o Médicos Sem Fronteiras e passe uma temporada mergulhada em um caos que [me] precisa. Talvez eu não volte e fique por lá, não para sempre porque para sempre é muito tempo, mas por tempo suficiente para entender que raiz é onde a gente está. Talvez eu volte rápido e peço ao rapaz que desafia o meu bom senso em n