46th
"As emoções são tudo que temos" - disse Paolo Sorrentino em 2015 através do seu personagem Fred [lindamente interpretado por Michael Caine] em "Youth". E desde então tenho repetido isso [com os devidos créditos] em toda conversa, em cada desabafo, em todo momento que cabe - já que sou uma emocionada de carteirinha vitalícia, dona dos dramas astrais, de choro com soluço duplo, de riso que emenda gargalhada, de raivas duradouras, de amores que ficam e das partidas doloridas. As emoções moldam a gente. Moldam até a minha biblioteca que é organizada por [des]ordem sentimental. Ela tem mais escritoras do que escritores bem antes de se tornar pauta "que devemos ler mais mulheres". Lá, Simone [a de Beauvoir] fez uma vila com Clarice [Lispector], Ana Cristina César, Hilda Hist, Chimamanda Ngozi Adichie, Djamila Ribeiro, Virginia Woolf e Marjane Satrapi - fico imaginando elas todas amigas, num café que emenda uns bons drinks. E a minha coleção de Fernanda Young...