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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

JÁ NÃO FAZEM MAIS “VOCÊ” COMO ANTIGAMENTE

Você tem confundido fraqueza com franqueza. Você tem antecipado as coisas como se pudesse evitar que elas aconteçam sem a sua permissão. Tem justificado com fins o que não chegaram a começo. Tem tomado espaços demais ocupando de vazios o que antes preenchia com palavra. Você continua bonito. Você ainda fecha os olhos com satisfação enquanto sente o vento passar pelo rosto como fazem os gatos. Você ainda me arranca sorrisos quando se esquece de tratar com dureza o tempo que te faz envelhecer. 

SÃO TODAS COISAS SUAS

Aquele seu assovio que [me] amanhece junto de cada manhã. Aquele entusiasmo fora de propósito e sem explicação. Aquela falta de sutileza em desconsertar quem não é capaz de formular a própria opinião. Aquela facilidade irritante de transformar qualquer diálogo nosso em verso e quase canção. Aquelas migalhas do dia que você junta e faz pedaço de oração. Aquela sua falta de deus que perturba a bondade que os outros enxergam em você, embrulhados em desconfiança. Aquela sua falta de moral ainda que seja dono de bons costumes. Aquela sua maneira esquisita de estar só que nem sempre consegue pedir para acompanhar. São todas coisas suas que perturbam a ansiedade do meu pé ante pé.