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Mostrando postagens de maio, 2012

À MODIGLIANI

E a menina, que já não tinha mais idade para não saber das coisas, sorria com os olhos às cores de Modigliani. Talvez se não entendesse do paladar encorpado da vida, não se importaria com as notas de sulfitos. Se não fossem os taninos, não saberia que os traços, longilíneos e propositais, contornam a alma. A alma que esconde os olhos mais desavisados. A alma que confunde dança e embriaguês.

MARCELO JENECI [18.05.2012 - SANTO ANDRÉ]

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  [Marcelo Jeneci - Sesc Santo André - 18.05.2012] A minha primeira impressão sobre Marcelo Jeneci foi praticamente uma intervenção. Ouvi 'Felicidade' pela primeira vez numa noite fria paulista, tomando chocolate quente com conhaque ao lado do MASP, num fone de ouvido desesperado da carioca, jornalista e amiga improvável, que parou a conversa, a fotografia, o brinde e tudo ao redor porque eu precisava conhecer o dono de 'Feito pra Acabar'. De lá pra cá, tomei emprestado algumas faixas, comprei o álbum, coloquei no repeat. E na sexta-feira passada lá estava ele: bem de perto, bem ao lado, num show quase particular.  Confesso que precisava da delicadeza de Marcelo Jeneci depois de dias tão indelicados. Talvez por isso insista em ir a shows mesmo em sextas-feiras frias, cansadas e tristes. Parte da minha história está em stand by num vai e vem entre a vida e o que há depois dela. Sim, "a gente é feito pra acabar... e isso nunca vai ter fim!"

ELE ERA UM COPO D’ÁGUA EM 3MG ESQUECIDAS DE RISPERIDONA

Ele a amava. Ele a desejava. Ele a temia. Ele brigava com ela em silêncio. Em longas gritarias imaginárias. Ele a assustava. Ele a ameaçava entre trancos, barrancos e delírios. Em suicídios fictícios. Ele fez dela crise. Ele fez dela romance. Ele fez dela amor no futuro de todos os pretéritos.  Teriam sido felizes se não fossem eles.