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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

PERSA, DO TIPO LEGÍTIMO

Faz um pouco mais de cinco anos que um sujeitinho com cara de poucos amigos e de miados doces vive comigo. Ele é do tipo persa. Um legítimo carente dramático. Um legítimo maior abandonado. Tem casa própria, cama do tipo king size e cobertores quentinhos, mas gosta mesmo de um colo, de cafuné no focinho que ele jura ter. Disfarça bem a doçura com os olhos grandes alaranjados que impõe respeito. Não sei como ele sabe que em caso de balas perdidas e tiroteio deve-se abaixar, mas toda vez que escuta fogos de artifício ele arrasta o corpo no chão, como se estivesse numa trincheira, lutando por sobrevivência. Na dúvida entre tiroteio e final de campeonato, acredito que ele deva sempre pensar no pior. Essa coisa de ter sete vidas não deve ser muito fácil. Nós, que temos uma, não sabemos quando vamos acabar, mas os gatos devem saber. É pura matemática. Pura contagem regressiva. Talvez se tivéssemos sete vidas, cuidaríamos melhor de cada uma. É do tipo que me olha com cara de pedinte todos os d

VALENTINO

Esse valente menino de vários nomes, gostos e mundos desafia a nossa geografia. Desafia a poesia dos nossos corpos. Desafia a falta de cuidado do amor. Esse valente menino é homem feito. De malícia sofisticada. De vontade. De intenção que subentende. Esse valente menino sedutor que desafia os outros homens, desafia o que se chama de romance. Desafia o profano, e entre tato e paladar, nos faz sagrado. O valente menino desafia a minha [in]decência. Valente que é, me faz menina depois de abusar dos contornos de mulher. Menino que é, cuida da rima [im]precisa do amor que desafia o nosso tempo. [Esse valente menino de pseudônimo Valentino, existe. Está aqui, lá, acolá.  Arrisco-me a dizer que ele sempre vai existir. Na sua arte. Na minha arte. Na nossa história]