ENSAIO SOBRE AMORES PEQUENOS
É disfarce. Tento recompor as minhas falas. Tento dizê-las com harmonia para te convencer. Para te entorpecer. E ainda assim é disfarce. Não é mentira. Não é faz-de-conta. Não é vazio. É disfarce. É constrangimento por não caber em nós o que só existe em mim. É desperdício, por não achar confortável o que há em você. É disfarce. É lingua estrangeira. É barulho. É absurdo. Quase absoluto. É um amontoado de misérias disfarçadas de afeto. É disfarce. É ensaio sobre amores pequenos.