DEVOLVA-ME
Devolva-me. Devolva-me todas as manhãs despretensiosas. Devolva-me todo o imperativo dos meus verbos. Todos os meus sorrisos sem motivos. Todo abraço desperdiçado. Todos os dias antes de ontem. Devolva-me meus carnavais de columbina. Todas as folhas de outros outonos. Todos os refrões que roubei. Todos os lugares que estive. Eu quero ir embora. E quero levar os sentimentos que eu achava conhecer antes de nós. P.S.: [texto escrito num dia de exercícios literários]