Nunca me esqueço do que sinto. Mesmo quando deveria. Ainda que não precisasse ser lembrança. Nem quando é música, verso ou poesia-tentativa. Tão menos quando, sem querer, alguém me salva de mim mesma. 2015, na intimidade, me fez mais ébria com propriedade [uma vida com drinkability tem lá sua graça!], me permitiu aprender só por prazer, a harmonizar a vida além da palavra. 2015, na lente de aumento, foi um ano maldoso, intolerante, da liquidez nociva dos pequenos grandes bandos. Parece até que 2015 foi dirigido por Wes Anderson: tem lá seus filtros de cores que nos fazem fugir do nosso tempo com certa elegância, mas também só pode ser divertido se você não fizer parte dele – o que me faz achar que 2015 realmente tenha sido um bom entretenimento para quem foi apenas espectador, ainda que seja difícil de classificar entre a comédia de mau gosto e o drama de estranheza duvidosa. Ainda assim 2015 merece o meu “muito” obrigada: Pela dedicatória no livro "Inteligência das Coisas Ce...