LONG PLAYS
(pra ouvir: clique aqui ) Eu já quis ser Hector Babenco. Já brinquei de dublar cantoras cafonas para o meu pai dar a nota final. Eu dei uma volta à mais no quarteirão com os vidros da janela do carro baixados só porque a próxima faixa do cd era "Bette Davis Eyes" e canções como essa exigem vento na cara. Eu já quis ser a mocinha do filme. Eu chorei quando o Spit (personagem do Takeda) conta a morte da sua mãe. Eu já brinquei de bilboquê numa exposição do artista plástico Julio Villani e achei divertido e poético. Eu já liguei pra'quele garoto lindo só pra ouvir sua voz e desliguei (e que falta faz a ausência dos celulares e dos identificadores de chamada nessas horas!!!). Eu já tive uma pista de dança só pra mim ao som de "The Killing Moon". E já tive um dj só pra mim. O mais requisitado. O mais importante da noite. Eu já quis entender o Bentinho, do Machado de Assis. Eu já tive raiva da Macabéia, da Clarice. E adorei a Midori, do Murakami. Eu repito versos ...