Da alegria, fiz repetição, abraço e fotografia. Da trilha sonora, parte de mim, como quem toma emprestado por algum direito. Do e-mail-despedida disfarçado de literatura, tenho feito ponte, entre a minha vida e o que restou da vida dele. Da perda da cúmplice, amiga e avó tenho tentado fazer justiça ou alguma coisa menos dolorida. Do encontro com o Chico [o Buarque] , felicidade. Do encontro com o Morrissey , a mais fantástica realidade. Do encontro com Ian McCulloch , continuação [em suspiros em sustenido]. Da maldade alheia, fiz depois de toda raiva, um manual de boas maneiras com luva de pelica. Do fim do mundo, recomeços e encontros com quem sempre esteve na minha vida. Da dor, fiz analgésico. Do entusiasmo, opioide. Do trabalho, verdade sem cansaço. Das minhas inspirações, literatura e intimidade. Da imaturidade, tentativa nem sempre exata de deixar a teimosia de lado. Da véspera, ansiedade. Do amor, taquicardia [mas sei que preciso aprender a transformá-lo em toda calma].