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Mostrando postagens de maio, 2011

QUASE AMOR

Ela, quase sem jeito, olha para ele como quem pede para voltar naquele instante em que decidiram, por  [in]competência, não fazer nada. Aquele tipo de decisão burra, própria do silêncio. Aquele tipo de nada que define tudo. Aquele tipo de cuidado que não se deve ter. É isso: ela não quer mais cuidado. Ela não quer que ele se importe com a hipótese imbecil de que fossem capazes de magoar o outro com sentimentos bons. Justo ele que já tinha passado pelas provas de resistência, de dor e de algumas ironias dela. Justo ela, que já tinha desperdiçado amor em tanto lugar nenhum.  E ela, ainda sem jeito, não sabe como dizer que esse tal de cuidado pode ficar fora daquele instante, até que decidam, por conveniência, algum pleonasmo romântico. Um "bem que eu disse" numa rima pobre qualquer.

TANTAS VERDADES

Ele, exagerado, pretensioso, [des]medido, de intenções grandiosas e tropeços infantis, dedica pequenas gentilezas para ela. E ela, que detesta grandes vãos,  não percebe.   E ele não entende como pode o amor não caber naquele pedaço de parede. Aquele mesmo pedaço que ela se fez presente. Antes de todos os dias depois de hoje.