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Mostrando postagens de março, 2016

TROCO LIKES

Aceito gostar da forma como cruza as pernas e sorri com aquele olhar perdido enquanto fuma o cigarro das dezenove horas. Mesmo sabendo que um dia isso possa te matar e te levar de mim. Só porque é aquele mesmo sorriso que me observa, já sem impaciência, a falta de critérios quando insisto em fazer tudo ao mesmo tempo. Gosto quando se emociona e faz do olhar alguma maré alta, assim como sei que gosta quando o surpreendo com riso não contido e afeto explícito. E já que temos gostado tanto do outro saiba que troco o café forte e quente que tanto gosto pelo gosto arábico que vem de você. 

CARROSSEL

Ele é realismo fantástico. Ela é prosa poética. Ele é metonímia do teatro do absurdo. Ela é silepse da rima que não nunca foi dita. Ele é feixe de luz que percorre dureza e fantasia. Ela é variedade do mesmo tom que decora corpo inteiro. Eles são reflexos do outro em figura e linguagem, em parque e diversão, em doçura e incômoda tontura. Eles têm gostado mais deles juntos e talvez escolham demorar no outro em voltas inteiras, repetidas e compridas.

SEMPRE CABE UM POUCO DE AMOR

Eu te odeio quando insiste em dizer o desnecessário. Quando usa a minha delicadeza para sua sobrevivência. Quando pede desculpas e repete delito. Quando sobra palavra que não se encaixa no contexto. Eu te odeio quando interrompe segunda intenção sem considerar as minhas primeiras vontades. Eu te odeio, mas sempre cabe um pouco de amor.