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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

SE NÃO QUISER ME DAR, ME EMPRESTA?!

  Ela preferia os retratos do que os breves ensaios literários. Ela tinha dessas coisas de olhar as paredes nas paralelas. De colorir seus vértices com cores sutis. De olhar os blocos de carnaval pela janela. De lembrar de coisas [des]importantes. De guardar o poema que não era seu. Ela ainda me olhava com os olhos de 15 anos. Mas outros 15 se passaram. E juntos, não tivemos filhos. Nem cachorro, nem sofás. Nem mesmo as paredes foram nossas de fato. Temos apenas alguns poucos retratos. E só. E o que nos resta?! Um começo. Alguns carnavais. Alguns dias. E mais outros tantos. E se não quiser me dar, me empresta?! [...] Ele apareceu dias desses, sem avisar. No meio de uma marchinha de carnaval. E nos fez [des]propósito. ["Se não quiser me dar, me empresta" é o nome de um bloco de carnaval de Ipanema, RJ]

DA PRIMEIRA VEZ QUE TE VI

Da próxima vez que me encontrar, não me tire para dançar. Não me olhe como se já soubesse de mim. Não disfarce tensão com amenidades. Não atribua mais dias a todos os outros que te conheci [seria justo a todos os não versos que deixei de atribuir a você]. Gosto mais de você agora, já que não há mais motivos.