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Mostrando postagens de julho, 2011

AINDA SERÁ AMOR QUANDO NADA MAIS DISSO EXISTIR

Faz tempo que não estamos juntos. Desde sempre, para falar a verdade, mas a nossa não-história é a história mais linda de todas. É quase esquizofrenia [o tempo que não estivemos juntos e a beleza que há em nós] e ainda assim me pego sorrindo contando de você para os outros. Das coisas que fizemos juntos. Das diversas maneiras que você me diverte. Dos seus presentes com mania de grandeza. É quase indecência confessar que não estivemos juntos mesmo tendo o outro por todo tempo. Sempre foi amor, eu sei, ainda que tenhamos estado em outros corpos, em outros olhares, em outras histórias e não na nossa. Ainda será amor quando nada mais disso existir.

33th

Ela repete, insiste, pisa duro, dá uma de mimada, quase perde a linha, confunde teorias, declama manifestos de intenções como se fosse poesia, olha de lado com reprovação, fala alto [e não admite que grita], perde-se em silêncio [e sorri ao invés de dizer o que já deveria ter dito, já que o que sente é demais de bonito]. Ela, toda errada, cheia de mania, de coração bobo, de estupidez infantil, de clichês inventados, de saudades desesperadas, de paixões urgentes, de amores para a vida toda, faz-se parágrafo para a nova temporada. Sorrindo, toda boba, porque a versão 32th foi cheia de graça [ela confessa os desalinhos, e jura ter se desculpado em abraços inteiros qualquer vestígio de dor]. Sorrindo, toda boba, porque ela acredita que insistindo, pisando duro, declamando intenções, a temporada 33th caberá em qualquer canto de seus possíveis exageros. [E ela insiste: continua o tipo quase doce, quase ácida, quase tudo-ao-mesmo-tempo, como tempos atrás]

HOUVE PRINCÍPIO E TUMULTO

Ele a abraçou. Tomou cuidado para parecer que já tinham se abraçado daquela maneira. Respirou [des]compassadamente. Procurou não dizer nada enquanto tateava o corpo dela com certo lirismo sofisticado.  Ela, pela primeira vez, permitiu que o abraço dele fosse completo. Houve princípio e tumulto.