BALLET CÓSMICO
Em 2023 voltei a tantos lugares. Voltei para alguns abraços.
Voltei a ter algumas raivas. Voltei a conhecer novas cidades, e, numa delas,
pelo chão e poesia que Eduardo Galeano palavreou por tantos capítulos e abraços
da américa que é tão nossa e latina. Colônia del Sacramento parece
uma "pequena Paraty", mescla com Ouro Preto e a origem portuguesa tem
a brasilidade que nos apetece - é lugar de posse, [des]conquista e caos entre
Estanha e Portugal. Nem Tratado de Tordesilhas deu conta disso! “La Calle de
los Suspiros" reflete os contos que beiram a cidade e suas histórias, pois
uns contam que é a rua onde os condenados à morte passavam para serem fuzilados
à beira do rio, outros que era a rua dos bordeis e os suspiros vinham dos
soldados que ali passavam e os fuxicos de quem observava o movimento. No alto
do seu farol, das duas: as duas.
Voltei a comemorar aniversário. De cores e sabores andinos.
De lhamices para todos os gostos e registros. Da piada interna que virou
coletiva. Reunindo amigos de todas as datas. Voltei a escrever [junto e
separado] o que já garantiu participação em duas coletâneas para a próxima Flip
[Feira Literária Internacional de Paraty], uma de contos e outra de poesia. Voltamos
a ter presidente da república que não nos mata, nem nos ignora. Em
contrapartida, o mundo está mais desumano. Genocídios parecem não espantar mais
o ser humano. Não voltei a frequentar quem, politicamente, agride, violenta,
manipula, ameaça e mata.
Em 2023 tive mais encontros do que desencontros. Mais
presença do que ausências. Mais abraços, gargalhadas e pilequinhos. Sim, meu
clube da vida permanece lindo!
Quero de 2024 continuação. Das mais bonitas. Das que levam
para todo lugar de desejo e que a casa esteja sempre pronta pra quando a gente
quiser voltar. E repito aqui sobre meu ballet cósmico que percorre uma vida
ecumênica: deus é a gente querendo um para nos guardar!
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