O TAMANHO [IDEAL] DO SILÊNCIO
Era preciso certo silêncio. Mínimo. Quase imperceptível. Exageradamente exato. Aquele tipo de silêncio que faz a gente perceber que gestos também falam, que sorrisos são gargalhadas sofisticadas e que a distância entre nossos silêncios é como ponto e vírgula. Ocupa pouco espaço e nos dá tempo de fazer sentido. De nada adianta a nossa respiração [des]compassada em silêncio rarefeito. De nada adianta prolongar silêncio para nos fazer [des]conhecidos. Era preciso certo silêncio, e não qualquer silêncio.