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Mostrando postagens de abril, 2012

O AMOR DELE

O amor dele cabe na juventude dela. O amor dele se confunde ao vê-la fazendo planos, como se juntos, tivessem todo tempo do mundo. O amor dele cabe em seus olhos, que não cansam de degustar os sorrisos dela. O amor dele começou sem querer, tipo encantamento. Tipo coisa de menino. Tipo amor que não sabe explicar de onde vem. O amor dele cai pelas bordas. Toma emprestada “essa pequena”, do Chico, embora ela insista que nunca pensou em ter os cabelos cor de abóbora. O amor dele é contemporâneo, mas os outros insistem em dizer de outras décadas. O amor é todo dele, para ela.

[DES]CONSERTO

Não deu tempo de consertar muita coisa. Na verdade não teve jeito. Não sabia como pedir desculpas além das culpas. Não sabia dizer que sentia muito além do que estava sentido. Silêncios a incomodava na mesma proporção que o confortava. Era o tempo que ele tinha para o próximo fôlego ao mesmo tempo em que era o tempo que ela o odiava por não dizer nada. Ainda que fosse estúpido, ainda que fosse insuficiente, ela esperava alguma coisa. E alguma coisa é mais que coisa nenhuma. Pensando assim, até que ela tinha razão, se não fosse ela a que tinha sempre algo para dizer, e sempre melhor do que ele.

IAN MCCULLOCH [14.04.2012 - SÃO PAULO]

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[Ian McCulloch - Sesc Pinheiros - 14.04.2012] De tempos em tempos ele aparece por aqui. De tempos em tempos eu ouço de perto suas músicas embora as ache um tanto minhas. Elas ainda me inspiram. Ainda me fazem sorrir. Aquele sorriso bobo de quem acha que de tempos em tempos precisa olhar de perto aquela voz que insiste[m] em dizer que não é mais a mesma, mas que canta lindamente as músicas que eu gostaria que fossem minhas de fato. De tempos em tempos eu escrevo sobre esses encontros. Encontros mais meus do que dele, mas ainda assim são encontros. De tempos em tempos eu dedico uma parte importante de mim para a poesia musicada de Ian McCulloch.  [E desta vez esbarrei com encontros inesperados. Dos bons. Do tipo abraço apertado. Do tipo longe que sempre está perto. Do tipo trilha sonora comum...] SET LIST:  Candleland | Rescue | Bring On The Dancing Horses | Idolness Of Gods | Proud To Fall | Pro Patria Mori | Fools Like Us | Start Again | Rust | All My Colours [Zimbo] | W

A NOSSA VERSÃO JULES & JIM

Ele diz: “Somos quase na realidade Jules e Jim correndo pelo corredor apostando quem chega primeiro”. Ela, que não costuma decorar vergonha, que vive exibindo um sorriso malicioso, que não permite silêncio que não seja proposital, que ama a ideia do amor, que é cheia de caprichos e de diálogos explícitos, reage com silêncio. Um silêncio não-proposital. Um silêncio nervoso. Sabia que naquele momento, poderia amar os dois.