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Mostrando postagens de janeiro, 2012

ELE É DO TIPO JOHNNY CASH QUE SE REPETE EM SMASHING PUMPKINS

Ele é do tipo repetitivo.  Um repetitivo que fala com as mãos, como quem desenha no ar a forma de cada palavra. Do tipo que usa da semântica ébria e delicada para  arrancar alguns vários e repetidos sorrisos dela. Ele é do tipo de repetição como os riffs de 1979. Repetidamente encantador. A faz decorar suas notas, sua forma, seus próximos passos, e os mesmos desesperados últimos 25 minutos. Como em 25 Minutes To Go. Ele sempre vai. Repetidamente, ele sempre volta, com as mãos suadas, com os mesmos delírios, com a mesma voz rouca, como quem pede por mais um dia.

UM MARTINI, DO TIPO VIOLENTO

Entenda: [te] falta malícia. E essa malícia que você insiste em não ter é culpada pelo teor seco inocente das tuas palavras. Falta aromatizar a semântica das bagas de zimbro que te pertence, o que te faz passos largos distante da sofisticação e te prende ao ridículo. Se é para etilizar o teor da falta do [teu] bom senso, que seja em doses salobras e infusivas de vermute, e não de proporções exageradas e amargas de um gim qualquer. Mas aí você faz tudo errado: pede um martini, do tipo violento e sai dizendo bobagem. Acredita que é bom de ironia, quando na verdade é bom de alegoria. Entenda: sou do tipo que detesta rima pobre.

QUE TODOS OS DIAS, DE HOJE EM DIANTE, SEJAM EM DEFESA À ALEGRIA

 Em 2011 a minha felicidade não esteve apenas em mim, mas em quem quis tomá-la emprestada, conjugada, compartilhada. A minha felicidade teve uma terça-feira de abril exata, com Matt Berninger e todo The National, em coro, num dos shows mais superlativos da minha vida. Teve uma série de riffs descompassados, com direito a Sepultura, Ozzy, Plebe Rude, System Of A Down. Teve poesia musicada numa [outra] terça-feira sofisticada com Thiago Pethit. Teve ode à alegria num sábado de garoa em nona sinfonia. Teve segunda temporada de Pearl Jam, e por algum instante cheguei a pensar que Cameron Crowe fosse chegar como quem não quer nada e dizer que o roteiro da minha vida, definitivamente, estava sob sua direção. A minha felicidade em 2011 esteve em mapa múndi: na belíssima Madri de Goya e de suas estúpidas e escassas touradas, nas pedras medievais e quixotescas de Toledo, na gótica Bordeaux de paladar estranho, nos tantos castelos românticos e tórridos do Vale do Loire, na encantadora e perfeita