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Mostrando postagens de setembro, 2010

MANIFESTO DE URGÊNCIAS

De uma vez por todas, entenda: chega de formalidades. Não precisamos mais delas. Não depois de saber do outro o que não era importante. Não depois de tanta cumplicidade. Não diante das exclamações que vejo em você. Não quando você me induz ao papel de declaração íntima de intenções.  Sim: sou [teu] vocativo, e abuso dos apostos que me explicam [des]necessariamente. Sou manifesto com possibilidades de emendas em situações de risco, de pouco texto, larga margem, tipo elegante, corte dourado e vinhetas. Não, não alonguemos [...] Meu manifesto é de urgências. A frase em itálico faz parte do Capítulo XXII, de Memórias Póstumas de Brás Cubas: "Volta ao Rio",  de Machado de Assis]  

ORAÇÕES SUBORDINADAS E REPETITIVAS

A gente se repete. A gente se segue em desordem semântica. A gente não percebe, mas faz esquetes de cenas tolas do dia-a-dia. Confunde tranquilidade com vazio. Não termina nada e mal começa em outros planos. A gente é meio setembro, dos primeiros vermelhos, dos vários tons de azul do céu durante as tardes. A gente é casal moderno, tem geladeira cheia de cerveja, nutella de sobremesa e que às vezes toma o lugar da manteiga. Eu não te espero chegar do trabalho e não canto "Cotidiano" do Chico nem por brincadeira, afinal não faz sentido algum. Mas ainda assim, a gente se repete.  A gente coleciona padrões inventados em algum momento idiota. A gente não percebe, mas segue todos eles. Confunde vazio com falta de atenção. Não termina nenhuma briga e continua em romance desprovido de cuidado. A gente é um tanto meia-estação, que precisa de um abraço que esquente no final do dia. A gente é casal moderno, tem paredes coloridas, plantas esquisitas e um cd do Elvis Costello para dançar